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Mostrando postagens de 2012

para sempre

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para I.C . Só existe uma coisa pior do que sentir saudade: não poder mais senti-la. Pois para tudo há um tempo! Houve um tempo para te amar e outro para te esquecer... E estes dois tempos já se foram e não tenho mais o direito de sentir tua falta. Todavia, quando se trata do meu amor por ti, eu talvez tenha aprendido a conjugar os verbos num tempo estranho. Um tempo que não é o infinitivo, mas é infinito. Um tempo verbal que não habita no indicativo nem no subjuntivo... Que perdura no mais que perfeito... Um tempo chamado para sempre . Pois para sempre terei direito de sentir saudade tua quando eu ler um poema da Bruna Lombardi ou quando ouvir uma música do Texas. E, n este tempo, não importa quantos amores tiveste depois de mim, nem se estamos separados por passagens aéreas ou por olhos que fingem não se encontrar. Pois este é um tempo invariável. Estático. O que foi nosso, para sempre será. As nossas lágrimas – haja o que houver – para sempre serão nossas; e aqueles teu

Vou Esperar

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Clique aqui , para ouvir a música que Marcel Barretto fez desse poema. (talvez) Um dia tu dirás que me ama Vou esperar... Mesmo que este dia esteja longe Vou esperar tu encostares em meu peito e teres vontade de dormir Da mesma forma como eu me aconchego nos teus abraços... Sentindo-te como ninho, cama. Enlaçando-te fortemente com braços nus e sentindo-te contra mim Quente e macio. Vou esperar! Vou esperar quietinho um dia tu me admirares Como eu admiro teus gestos calmos Esperar tu encontrares nos meus lábios a suavidade que encontro nos teus Ao mesmo tempo em que nossos cílios se tocam Piscam e nossos olhos se enxergam tão de perto... Pretos. Vou esperar cada abraço teu... Cada boa noite antes de dormir Como se essa fosse minha prece, Meu caminho para o céu, minha salvação! Esperar pacientemente o meu corpo se encontrar ao teu Um dia, quem sabe? Belamente... Completamente... Ser apenas um. Esperar o amor surgir nos teus olhos grandes e negros Espe

A crônica do amor platônico ou A mais complicada matemática

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Clique aqui!!!  para ver o vídeo Ô coisinha complicada é esse tal amor. Você já pensou em quantas pessoas existem na sua rua ou no seu bairro? Centenas, certo? Pense então na cidade em que você vive, deve haver milhões de pessoas mais ou menos iguais a você. Se pensarmos no país, serão centenas de milhões; e no mundo, então, nem se fala!, são não sei quantos bilhões. Imagine que nessa infinidade de pessoas que existem, você escolheu ‘uma’ para amar. Agora vamos passar pela cabeça a remota possibilidade de que mesmo existindo esse oceano de pessoas, ocorreu a conjunção cósmica perfeita que fez o ser que você ama te amar de volta. Matematicamente parece ser um resultado bem improvável pensando nesses bilhões corpos que passeiam pelo mundo. Eu creio que é por isso que tem tanta gente sofrendo de amor (escrevo este texto porque sofro por um!), pois é uma sorte danada você amar exatamente a pessoa que te ama. Se você é um dos felizardos dessa loteria mais difícil que a MegaSena:

porque eu te amei...

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Eu não te amei pelo teu andar de pássaro, nem pelos teus gestos raros, nem pelo teu hálito de Halls preto, nem pelos teus olhos, que piscavam em tempos diferentes. Primeiro um, depois o outro. Não te amei pelos filmes que vimos juntos, nem pelos textos que leste pra mim. Meu amor por ti, não transitava pelas tuas mãos que alisavam meus cabelos, nem pelo sonho de nos mudarmos daqui. Não tinha a ver com os presentes dados... Sempre errados: ou frouxos demais, ou apertados demais.  Mas não importava, pois tuas digitais na embalagem eram mais extraordinárias do que o tamanho certo da roupa. De fato, eu quase te amei pelo vento... Que balançava o meu lençol quando, de madrugada, te levantavas da cama e ias embora... Abrindo a porta e deixando formar uma corrente de ar no quarto. Não te amei pelos teus atrasos, nem pelo teu gosto musical. Não te amei pelo teu beijo, nem pelo teu corpo longo e perfeito, cheio de estrias de quem cresceu demais. Não te amei pela bagu

O poder que as palavras não têm.

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Para Neyara, na esperança de que, um dia, uma voz atenda do outro lado da linha. Sempre ouvi dizer que palavras tinham poder. E por isso decidi ser escritor, pois quis acreditar que minhas palavras poderiam mudar o mundo. Mas hoje, enquanto escrevo este texto, meu pai está doente e, de repente, toda a fé que tive na minha profissão se perdeu. Afinal eu sempre rezei para ter alguém do meu lado na hora de sua morte. Mas cá estou eu: sozinho! Pois meus amores me deixaram e minha mãe morreu cedo. E embora eu ainda sinta a presença de todos, eles não poderão segurar minha mão, quando meu pai der seu último suspiro. E se essas benditas palavras tivessem poder, minha mãe estaria aqui e eu faria alguma destas minhas viagens ao seu lado e a perguntaria se ainda me ama – mesmo após a morte – e se ela me acompanha de pertinho ou se me vê apenas de longe, como se nós – os vivos – fossemos pontos brilhantes no firmamento do paraíso. E finalmente abandonaria aqueles meus atos aluci

Saudade em tempos de facebook

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Para meus amigos que sentem saudade Antes eu me perguntava o porquê de sentir tanta saudade. Saudade de tomar banho de mangueira no quintal, pois agora moro em apartamento. Saudade do cheiro do chá de camomila e do colo de minha avó. Saudade de quando meu avô saía de casa e trazia balas de café e de quando ele falava italiano comigo, mesmo sem eu entender nada. Mas um dia desses, descobri que eu nasci no Dia da Saudade - 30 de janeiro. E numa dessas obras do acaso, meu pai me registrou com o nome de Saulo. O que faz com que mais da metade do meu nome seja dominado pela saudade. Sau(lo)dade. E hoje, a saudade, que sempre foi três de minhas cinco letras, tomou conta de todo o meu alfabeto. E desde que tu foste embora, eu fiquei sem nada. Afinal saudade é coisa que ninguém tem. Saudade é não ter! Pois não se relaciona com o amor que ainda tenho, mas com o sentimento que tu tinhas por mim... Mas não tens mais. Saudade era o lugar onde habitavam teus gestos, teu toque,

PARA UM MENINO QUE DANÇA

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Parafraseando o texto de Vinícius de Moraes . Porque és um menino que dança, eu te prometo o meu amor. Pois danças tão lindamente e mexes mais um lado de que o outro. E te amo porque sinto que quando tu bailas não te dissolves em moléculas... Já que teus movimentos em nada repelem a essência, mas unes sensações e sentimentos, edificando a nossa volta uma muralha que nos protege da mais violenta onda do mar. E tua dança parece ser feita da mesma eletricidade que corre no meu sistema nervoso... Porque teus movimentos não são calma ou quietude, mas são meu frêmito... Minha paixão! Tua dança é a eletricidade que nos conecta e nos enlaça num só corpo etéreo. E cada vez que bates teu tênis colorido no chão, meu peito treme e eu sinto como se (nesse segundo) tu restituísse ao universo a quantia cósmica que roubamos de Deus no ato da criação. E porque és um menino que dança, tens essa mania de ser tão sentimental, chorando por motivos desconhecidos, e voltando para