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SOBRE O FIM

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Para minha irmã, e para Michele . De todas as minhas manias, nenhuma me define mais do que aquela de abandonar livros no meio... De não ver os finais dos filmes... De não deixar o CD rodar até o final da faixa. A imagem de um círculo incompleto não me angustia. Não me tortura não saber quem matou a mocinha ou não ver o vilão preso. O que me corrói, ao reverso, é chegar ao fim. É virar a última página. É ver a bolha de sabão estourar. É contemplar os créditos subindo ordenadamente. O que me mata é levantar no final da sessão e deixar a cadeira vazia, é abandonar o saco de pipoca seco, é tomar o refrigerante até ouvir aquele som irritante da última gota. É, meu grande amigo, me dói deixar que as coisas morram. Prefiro pensá-las sempre pendentes. Ausentes, mas possíveis! Opto por parar frases em vírgulas, nunca em pontos. Pois sou sonhador e gosto continuar vivendo a espera de que tu possas terminar minhas sentenças. E o 'hoje' não seja o fim... Nem começo,