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Sobre essa saudade de lugares

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Aos meus leitores e amigos, deixo uma pergunta: por quanto tempo as pessoas mortas continuam morando em nós?  Sepultado há mais de um ano, não falarei hoje sobre a saudade de meu pai, mas sobre o quanto... dia após dia... a ausência de seu corpo, dá lugar a morada dele em mim.  Hoje, e a todo tempo, em pequenas ações e movimentos, vejo-me reproduzindo suas peculiaridades. Percebo-me, por exemplo, assistindo filmes de faroeste de madrugada ou me preocupando, como nunca fizera antes, com as pessoas que tem a mania de deixar a porta do apartamento aberta, mesmo o mundo estando tão violento.  Como meu pai, também me encontro às vezes sofrendo pela saudade – não apenas das pessoas – mas dos lugares de meu passado. Meu pai era assim! Nos anos que antecederam sua morte, muitas vezes sugerimos uma viagem de regresso a Juazeiro do Norte, sua cidade Natal, e ele, irredutível, dizia: “Não quero mais voltar lá”. Agora, eu o entendo com perfeição, pois são incontáveis os lugares de meu passado que,