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PARA AQUELE RAPAZ DO ÔNIBUS.

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  Algumas pessoas se apaixonaram pelo primo mais velho. Outras, pelo professor de artes. Muitos, desenvolveram paixonites sofridas pelo amigo hétero, e amargaram em segredo a obrigação de manterem os sentimentos aprisionados. Vibrando e suspirando veladamente, cada toque de joelhos – enquanto estudavam para a prova de matemática – a cada cheiro, que permanecia após o abraço de despedida. Eu, por outro lado, sempre ultrarromântico, era do tipo de me apaixonar perdidamente no ônibus. Lembro-me, como se fosse hoje, a primeira vez na qual me apaixonei por um rapaz no ônibus. Era início dos anos 90, eu devia ter uns 15 anos, e era fim de tarde, com   céu daquela cor romântica a pintar sempre as histórias de amor passadas. Peguei o coletivo em frente ao colégio Marista e sentei na primeira poltrona, logo após a catraca. Pela idade, decerto, eu estava pensando no meu novo livro jamais escrito nos moldes de Sidney Sheldon. E entre pensamentos sobre autógrafos e bestsellers, meus ouvidos