Descobri


te amar quando não precisaste mais estar ao meu lado

Como um gato de rua, trêmulo e desamparado

Tendo em mim um porto para barcos sem direção alguma

De vidas transcorridas em labirintos de vento e bruma.


Hoje és homem feito: de pedra, de ar, de carne e de escuro.

Trabalhas de oito às dezoito, tens um Golden e se dizes maduro.

Às vezes, choras; pois o felino malandro ainda te arranha dentro,

Mas aprendeste as malícias da noite, dores das quais foste epicentro.


Livre, partiste em direção ao farol: o sol da meia-noite

E deixaste apenas teu perfume no ar, sem ao menos dizer

“amor, boa noite”.


Saulo Sisnando

23.11.2022


Photo by Daniel Chekalov on Unsplash

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