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Mostrando postagens de 2009

Para o grande amor da minha vida

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Sou solteira. Sim! Solteiríssima! Convicta! Não sou solteirona, nem titia, nem encalhada. Por isso, fico P* da vida quando alguém me pergunta se não sinto falta de um grande amor. Como é que é? Quem foi que disse... Onde está escrito que o grande amor de sua vida precisa ser alguém com quem você transa? Nossa!, que visão mais tacanha. O amor é muito mais do que sexo. Aliás eu acredito que amor e sexo só se confundem mesmo na TV e nas comédias românticas... Pois na vida real esses dois institutos podem viver muito bem distantes um do outro. Eu, por exemplo, tenho um amor. E este amor é tão grande e tão completo, que nem preciso transar com ele, para afirmá-lo meu. Mas sem duvida é amplo. Imenso. Via lácteo. É tão extraordinário, que decerto deve ser cármico, ou cósmico, ou, em último caso, apenas uma maravilhosa obra do acaso. Mas o que importa é que está aqui... Ao meu lado. Vivendo em alma dentro da carne do meu melhor amigo. Sim, eu amo o meu melhor amigo! Porque é para ele, o

Você não apareceu*, de saulo sisnando

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O seu lugar estava guardado Marcado, fechado e trancafiado Só seria aberto por nossos números, Nossas senhas, nossas cenas obscenas O seu lugar estava lá Guardado no meio de tanta gente Mas num lugar onde só você poderia me ver diferente, Poderia me ver de frente e bem quente Mas você não apareceu E agora o lugar mudou de lugar As senhas não são mais as mesmas As cenas rastejam com lesmas E tudo que era lindamente obsceno Perdeu-se entre as trevas de minhas pernas Virou lixo, pó Vagas memórias Pássaros sem penas Lindas loucas histórias Que jamais serão contadas Mas eu conheço tuas velhas cantadas E sei que as minhas senhas serão novamente roubadas Rezo para isso Para ouvir novamente teu riso Povoando meu insensato juízo Prece que ser Nada mais que teu piso " Saulo Sisnando " escrevendo como " Saulo Sisnando " * projeto " poeminhas "

A felicidade de Lúcia

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Quando Lúcia ouviu o curto ranger das dobradiças, acreditou que fosse Virgínia voltando das compras. Mas logo se percebeu enganada, pois não se seguiram ao ringir da porta, aquele cômico chiado da saia de cetim, as sandálias de salto de pau estalando no piso e os sacos plásticos audíveis, ocultando botões, novelos de lã e metros de tecido, que Virgínia saíra decidida a comprar. É!, definitivamente não era a criada, voltando ao final da tarde. O som reconhecido dos gonzos, ao contrário, seguiu-se de uma carícia suave nas pernas; era Selma, a gata, que empurrara a porta com focinho e viera fazer-lhe companhia. “Selma”, pensou, “Só mesmo a Virgínia para colocar um nome desses numa gata”. Lúcia estava à janela, em pé, com a cabeça levemente inclinada para fora, sentindo o cheiro do vento úmido daquela tarde de setembro em Belém do Pará. “Que calor!”, pensou ela. Fora tola ao crer já ser tempo de Virgínia retornar de sua tarde no comércio; o sol ainda lhe ardia muito os braços alvos, p

QUATRO VERSUS CADÁVER

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San Francisco – Califórnia, 1944. Um corpo é encontrado numa biblioteca. Três suspeitos contemplam o defunto: uma loira má, um galã dissimulado e uma criada. Um deles, sem dúvida, é o culpado... Mas quem? Qual arma utilizou? Quais foram os motivos sórdidos, que levaram o vilão a cometer este assassinato? Este sombrio argumento, podia gerar, no mundo real, uma história triste e revoltante, capaz de figurar por semanas na mídia. Podia, por outro lado, gerar algum filme americano com Rita Hayworth no papel principal (bom, na verdade, este filme já foi feito). No entanto, em Belém, este argumento deu origem a nova peça do diretor Saulo Sisnando. Se, pelo argumento, já valeria o ingresso, imagine agora juntar no mesmo espetáculo três dos maiores escritores paraenses. Foi isso que aconteceu. No início do ano, o escritor e diretor teatral Saulo Sisnando desafiou aqueles que considerava os mais expressivos autores teatrais paraenses, Edyr Augusto Proença, Carlos Correia Santos e Rodrigo Ba