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Mostrando postagens de 2011

Eu te tirei de minha prece diária

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depois de confessar para minha amiga Martinha, confesso para o mundo. Tu, decerto, pensarás que é bobagem... Não é! Mas finalmente consegui te tirar de minha prece diária. Chorei. Te confesso. Chorei, sobretudo, quando disse aquela frase “se for conforme vossa santíssima vontade e para a salvação de minha alma” , pois, por muito tempo, pensei que nosso namoro era conforme a santíssima vontade. Não era. Ok. Pode ter sido. Não é mais. Não te preocupes... Não pedi teu mal. Nem te chamei de nomes feios. [Tenho reputação a zelar com a santa.] Apenas censurei teu nome. Falando mentalmente Piiiiiiii no lugar dele. Até porque ele já me parecia parte integrante da reza, e toda vez eu tentava te tirar de lá, assim, como se por esquecimento Eu me perdia... naquela parte que diz “por séculos e séculos amém” Também nem chorei muito. Só um pouco. E nem fiz barulho. [tu sabes que sempre soluço alto quando a primeira lágrima desponta no olho] Mamãe, no quarto ao lado,

Saulo Sisnando: "A procura de sua molécula perdida"

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Entrevista feita por Landa de Mendonça e publicada no blog Meninas Convencidas , em 16 de novembro de 2011. Hoje aqui no nosso Blog, eis que consigo realizar um sonho antigo: entrevistar um dos mais atraentes (em todos os sentidos! hehehehe) e talentosos artistas da minha geração, meu amigo e meu querido Diretor, Saulo Sisnando ! Definir Saulo Sisnando? Bom, eu só me arrisco em classificá-lo como “Adorável”! Escritor, Dramaturgo, ator, mestrando e funcionário Público do Tribunal de Justiça até às 14h, este Cearense/Paraense formou-se em Direito pela Universidade da Amazônia no mesmo ano em que concluiu o curso Técnico de Ator na Escola de Teatro e Dança da UFPa. Teve vários contos premiados e publicados pela UFPa entre 2002 e 2003. Em 2005 lançou seu primeiro livro, o “Puzzle: tenha fôlego para chegar ao fim!”, uma fantasia de terror infanto-juvenil (Editora Novo Século). Em agosto de 2007, sem grandes ambições e montado com custo quase zero, estreou

Minha carteira nova

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Depois de horas e horas ouvindo a música de Clarice Falcão , decidi escrever uma coisinha do tipo: romântico nonsense . Comprei uma carteira igual a tua. Sim! Uma carteira daquelas... De colocar dinheiro! Comprei porque não tinha uma foto 3x4 tua para colocar no plástico de minha outra carteira. E mesmo se tivesse... Não teria mais como explicar para os meus amigos as razões de ainda ter uma foto. Ora, ora. Assim, comprei uma carteira igualzinha àquela tua. Ou quase igual, pois a cor é diferente. [Mas era a última da loja]. Comprei porque assim não preciso mais de uma foto tua no plástico. Tu és o próprio plástico. Então, te coloco no bolso de trás. Às vezes, no da frente. Dirijo contigo entre as pernas. E, vezenquando, te encaro vários minutos e te beijo. Isso tudo sem ninguém notar que beijo a ti não ao dinheiro. [Estou com fama de avarento por causa destas coisas]. A carteira é meio estranha. O dinheiro vive caindo. Dia desses, perdi 150 lá no Caf

Eu te perdoo por eu te amar.

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Um simples poema de amor... dedicado às estrelas do céu. Eu te perdoo por eu te amar. Eu te perdoo por não teres dito, em nosso tempo: eu te amo (porque foste o eu te amo em forma de corpo .) No teu dom de calibrar a energia do cosmo e equilibrar as luzes do mundo diante dos meus óculos. Nem sendo matiz... Nem sendo azul... Mas sendo ambos: o entretom e o tom. E pela tua mudez; por que... O que são palavras de amor perto do toque de quem se ama? Eu te perdoo por teres sido exatamente quem tu eras... E por eu ter sido como sempre fui... E por juntos termos crido que 'eu e tu' poderíamos ser apenas um nós. Desfragmentado. Eu te perdoo por não teres sido o tu que eu pensei que tu eras. E eu te perdoo por seres um tu encantado muito superior às minhas expectativas mais elevadas... [Pois no magnetismo de teu olhar preto, te ter ao meu lado era entender a força que mantinha o elétron girando em torno de um núcle

As moléculas. O amor. E as estrelas cadentes.

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Para minha partícula perdida no cosmo. Sempre soube que não duraria muito tempo. De fato, durou bem pouco. Mas a verdade é que o tempo do amor não é o mesmo tempo da vida. Este se mede em minutos, dias, anos; e aquele se conta em batidas cardíacas. E neste rápido tempo que passamos juntos, meu coração bateu tão forte e tão ligeiro, que sinto como se te amasse antes de te conhecer... Antes mesmo de começar a rodar o cronômetro da vida... Como se nosso amor fosse (e é) uma invenção de outra era, de outra vida. Como se o nosso sentimento fosse mais do que um simples afeto, porém a energia cósmica que mantinha as estrelas no céu... O teu toque em mim era o imã que ativava a conexão invisível entre a transcendência e o universo; e entre o artista e sua obra. E nós – eu e tu – éramos o passo do bailarino, a palavra do escritor e a explosão de uma supernova a anos-luz de distância. Mas no nosso último enlace, enquanto estávamos unidos em lágrimas acesas, minha essê

O misterioso desaparecimento de Deborah Rope

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texto do programa da peça - junho/2011 Numa nublada quarta-feira de agosto, em 2007, estreava o espetáculo “Útero – Fragmentos Românticos da Vida Feminina”. A peça era esquisita e pobre de dar dó – recheada de bancos de plástico e adereços comprados em camelôs e lojas de 1,99. Mas era uma peça cheia de vontade... Cheia de tesão! E há algo melhor do que o tesão, para tapar as lacunas de uma produção humilde? E depois do Útero, seguiram-se a depravada “ pop PORN” , a romântica “Cartas para ninguém”, a vulgar “TRASH”, a desmiolada “Quatro vs. Cadáver” e a elegante “O incrível segredo da Mulher-Macaco”. Mas a verdade é que... Quem seria louco de pensar, que neste curto período de tempo, o nosso teatro acabaria sendo objeto de estudo de uma dissertação de mestrado? Pois aqui está “O misterioso desaparecimento de Deborah Rope”, parte integrante de minha dissertação, que versa sobre “como o cinema americano pode modificar um espetáculo teatral”. Ter sua peça como objeto de uma dis

O misterioso desaparecimento de Deborah Rope

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Uma mulher impossibilitada de sair de casa. Um terapeuta maluco. Um marido canalha. Uma escritora voluptuosa. Uma telefonista insistente. Uma “coisa” dentro de uma jaula. Um livro inacabado. Várias paixões devastadoras. Um crime insolúvel. E muitos enigmas. Após viajar por estados do norte e nordeste com a peça “Quatro vs. Cadáver” e depois de estrear, no Rio de Janeiro, o espetáculo “O Incrível Segredo da Mulher-Macaco”– no Festival internacional de Teatro de Angra, para uma platéia recorde de 2.000 pessoas por apresentação –, o diretor e dramaturgo Saulo Sisnando volta para a terra natal, com um espetáculo que é parte integrante de sua dissertação de mestrado. Neste novo projeto, propõe-se a fazer uma “peça-filme”; algo jamais realizado na capital paraense. Reunindo suas duas grandes paixões – teatro e cinema – numa só peça, Saulo Sisnando convida a platéia a assistir um espetáculo que é parte filmado, parte teatralmente encenado. Uma espécie de cinema teatralizado... Ou seria t

Os nós

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Muita gente gosta de conjugar os verbos na primeira pessoa do singular: eu sou, eu quero e eu preciso. Outras, para complementá-las, só conjugam os verbos na segunda pessoa de singular: tu és, tu queres, tu precisas . Por sorte, encontrei alguém que, como eu, prefere conjugar tudo com nós . Sem dúvida, nós é o meu pronome preferido. Ele é imbatível. Visto que para sermos nós , eu preciso ser eu e tu... precisas ser tu. Nós é romântico. É tântrico. Táctil. Tangível. Vivo. E indivisível. Nós é certeza. É calma, paz e confiança. Nós é ligar e saber que, se não atendes, é porque estás ocupada e, decerto, logo-logo me ligarás de volta. Nós é nunca achar que estás me traindo ou que não queres me atender. Nós é aquele filme de terror canalha que assistes só para me agradar. É aquela peça de teatro-cabeça que finges adorar, só para me fazer um pouco mais feliz... Nós são as vezes que cruzo os dedos e rezo baixinho, quando entro no teu carro e diriges como louca, numa velocidade

O ocaso de um amor via sms

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depois de alguma bebida, escrevi este sms gigante que mandei pro teu celular. Eu te amo. Realmente. E, desse modo, não te quero ter. Te amo livre, como aquele carinho que temos pelos pássaros imóveis, que se equilibram nos galhos das árvores; uma fonte de prazer visual imenso que, de súbito, se extinguiria ao ser trancafiado em uma gaiola. Sempre acreditei que, pela tua beleza, encontrarias alguém que te amasse com mais simplicidade do que eu consegui. E o torço, do fundo do meu coração, que possam te fazer feliz na exata quantidade que sonhei, porém jamais concretizei. Espero que, livre, tu consigas ser alegre outra vez... E não te preocupes, pois se entre nos houver mesmo amor, em algum momento a nossa história vai recomeçar: nem que seja eu outra vida, quando formos pássaros. Saulo Sisnando. 16.01.11 4h46