Eu te amo dentro dos números
Inspirado
pelo vídeoclique “I see you, You see me”,
do Magic
Numbers.
Ontem, uma amiga me perguntou:
“O que eu preciso fazer?”
E eu disse: “Você precisa parar de bater em portas que
não vão abrir. Eu fazia isso… E doía demais!”
Hoje, ainda pesa. Até mesmo aperta o peito e dispara o coração!
Por isso, meu amor, decidi te assumir em mim e aceitar que uma parte do
meu corpo já é feita do sorriso, do teu andar, do teu suor, da tua risada e da
tua ausência.
E como te aceitei meu, parei de bater à tua porta em busca de uma
migalha para me fazer feliz. O que eu preciso de ti, já está em mim.
E desde que parei de suplicar teu carinho: tudo melhorou! Quando
descobri que eu posso sim ser feliz sozinho, que não preciso de alguém para
dividir e cama e, talvez, no futuro, registrar comigo um filho, tudo ficou mais
fácil.
O que ainda é difícil, é lidar com os números. Sobretudo o número 72.
Não sei em que momento deste confuso emaranhado de fios, no qual não sei
mais o que é "meu" ou "teu", esse número ficou.
Datilografado na minha alma. Sussurrando baixo, pulsando devagar, lembrando-me
de ti... Mas sem aflição.
E toda fez que esse número aparece...
Tu me vens a mente. Pois não há nada mais romântico do que a matemática...
Que rege o universo...
Que conta as linhas das páginas de “O amor
nos Tempos do Cólera”...
E as sílabas de um poema de amor.
O 72 é o vestígio do teu amor em mim, pois são os dois únicos números
que eu lembro fazerem parte de algo que foi teu.
Já passei da fase de ver teu carro nos semáforos, de perceber o quanto
teu nome é comum e de como teu cheiro era único. Porque todas essas sensações
eram apenas “eu” batendo na “tua” porta.
Mas o 72...
Ah! Quando saio na rua e tantas vezes esse número se materializar como
mágica em placas, cartazes, panfletos, eu tenho certeza de que é você, meu
amor, usando a linguagem matemática de Deus, para bater à minha porta.
É esse 72 que salta aos meus olhos em um número de processo qualquer,
que brilha em dourado na porta do meu quarto em Roma, no e-ticket da minha
passagem para o Rio ou na poltrona do trem em Veneza... e são os 72... os 2.172
quilômetros que nos apartam nessa terra, que me dá forças para continuar essa
caminhada sozinho. Porque sinto que, mesmo de longe, às vezes tu seguras em
minha mão.
Eu não bato mais em tua porta.
Não peço a paixão que sei não teres de volta... Eu posso caminhar sem
ninguém, além de Deus e os números, ao meu lado.
Mas te agradeço por seres meu número da sorte e, nos momentos mais
difíceis, cortares estradas interestaduais só para me dares um terno abraço.
Eu te amo, meu amor!
Eu te amo em batidas de
coração.
Em letras... E em páginas de
livros...
Te amo entre os oitos de uma
dança...
Eu te amo do 1 ao 72, para sempre... Considerando todo o infinito que há
entre esses dois números.
Saulo Sisnando
14.03.2016
Dia da poesia
Bonito.
ResponderExcluirAgora vou ver o clip.
ResponderExcluirObrigada Cheri... Refleti que enquanto sentir vibração do outro, vou bater na porta e se não for ouvida vou gritar! Kkkkkk
ResponderExcluirAdoro o clip, adoro a banda, adoro o livro O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA e adoro sua arte! Parabéns pelo texto, aliás cheio de situações que nos fazem parar de ler e tentar formar uma imagem... ;)
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