POEMA DE ANO-NOVO

Hoje é o dia para sentirmos falta Daqueles que já se foram e Daqueles que nós já fomos. É a hora exata de descobrirmos que a felicidade não floresce em castelos, Mas em cabanas discretas, Pois o amor é um rio subterrâneo que brota, em nascentes modestas, nos quintais das casas mais humildes. Porque amor é simplicidade! Hoje é dia para mentirmos Dizermos que não viveremos mais o passado Para mergulharmos na estrada em frente de faróis acesos. Velozes. Hoje é dia para termos esperança, Dia de darmos nome a uma estrela E imaginarmos nossos mortos em uma nave, Voando numa velocidade inimaginável Levando para outros povos memórias que foram apenas nossas para que esses novos seres – frios marcianos! – entendam o sentimento humano da paixão. Que a coragem de viver nos invada num brilho dourado Que os abraços ainda sejam sentidos à noite Que a viagem continue rumo ao infinito E que nesse sem-fim estejamos todos – vivos e mortos,...