O TEMPO, O PAI

 


Não meço o tempo pelas marcas no meu rosto

Eu meço o tempo pelas ruínas de minha casa

A sala, antes viva, cheia de franco sentimento,

Hoje é vão vazio, preenchido por fria nebulosa

 

Por rugas, não contabilizo, do tempo, sua passagem,

Mas pelas gavetas sem tuas camisas e teu aroma,

E chinelos que não arrastam mais como linguagem

A preencher meus ouvidos como o mais belo idioma

 

Não meço tempo em minuto, em hora ou dia,

Mas na estranheza da poltrona vazia

De um pai que já morreu

 

Tempo é silêncio, é mergulho em abismo meu,

Que ele abriu como uma cova em meu peito,

Quando virou terra levada pelo vento


16.12.22

Comentários

  1. Sinto muitas ssudades de Escutar André Rieu e todas as explicações que ele me dava,tudo que me ensinava é os nossos filmes de bang bang.

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  2. Sei demais do seu amor por ele e do amor dele por você. Tudo que você escrever sobre ele aí da é pouco.

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