BEIJO PROIBIDO

 


Saudade daquelas férias de janeiro,

Quando, no escuro, demos nosso beijo,

Beijo primo de condenado desejo,

jamais esquecido, meu amor primeiro.

 

Passeei os dedos pelos teus cabelos de mel,

Te dando meus lábios e meu amor fiel,

Sentindo, contra o peito, teu pulsante coração,

Enquanto, pela minha nuca, deslizavas tua mão.

 

Éramos seres etéreos, tão puros,

Figuras que, dentro, já não encontro mais,

Sonhando ser um, os nossos dois futuros,

Desse amor juvenil, planta brava e fugaz.

 

Éramos meninos, só dois meninos,

Crendo que beijos selariam felicidades,

Donos de sonhos tolos e cristalinos,

De beijos unindo interditas metades.

 

Saulo Sisnando

15.12.22

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